Arquivo Histórico
PT | EN

Plano de classificação

Caixa Filial do Banco de Portugal no Porto

Ações disponíveis

Ações disponíveis ao leitor

Consultar no telemóvel

Código QR do registo

Partilhar

 

Caixa Filial do Banco de Portugal no Porto

Detalhes do registo

Nível de descrição

Fundo   Fundo

Código de referência

PT/BP/BP-PORTO

Código de referência Nyron

BP-Porto

Título

Caixa Filial do Banco de Portugal no Porto

Datas de produção

1846-11-21  a  1997-05-21 

Dimensão e suporte

3879 Livros e 399 Caixas ; 17145 Centímetros; Papel

Entidade detentora

Banco de Portugal

História administrativa/biográfica/familiar

Revelando-se desde muito cedo, como um importante polo na vida económica do país, a cidade do Porto mereceu por parte do Banco de Lisboa, que já possuía na zona como correspondente, a Junta da Companhia das Vinhas do Alto Douro, que se ponderasse a abertura de uma filial. Por Alvará de 16 de Março de 1825 é então criada a Caixa Filial, dependendo diretamente da Sede, em Lisboa. A 19 de Julho é aprovado o 1º Regulamento Administrativo e em 1 de Agosto desse mesmo ano, iniciavam-se as operações. De acordo com o Regulamento estava autorizada a realizar, entre outras, operações de desconto de letras, a conceder empréstimos sobre penhor e, a receber depósitos de particulares. Em 1846, a falta de pagamentos por parte do Governo, dos sucessivos empréstimos contraídos, junto do Banco de Lisboa e da Companhia Confiança Nacional, originaram uma crise, solucionada com a incorporação do passivo e ativo destas duas entidades numa nova – O Banco de Portugal. A Caixa Filial teve novos regulamentos, em 8 de Abril de 1867, aprovado por decreto de 4 de Junho desse ano e, em 17 de Julho de 1916, aprovado por decreto do mesmo dia. Permitiram-lhe adaptar-se a novas realidades e aos novos desafios impostos pelo desenvolvimento e incremento da atividade bancária. Nos primeiros tempos, inicia a atividade com um quadro de pessoal bastante promissor. Dele faziam parte três administradores, um tesoureiro e um guarda-livros, três caixeiros, dois fiéis dois contínuos e um porteiro. Durante algum tempo, o “quadro de pessoal” esteve praticamente congelado; só a partir de 1886 foi alterado e, adaptado às exigências e complexidade crescente dos serviços. À Filial, estava ligada uma rede de correspondentes, no país (em localidades de potencial desenvolvimento) e no estrangeiro (de início em Londres e no Brasil e rapidamente alargada à maioria dos bancos europeus e norte americanos) que lhe prestavam auxílio nas tarefas e nas informações prestadas. Os primeiros correspondentes localizavam-se em Amarante e Vila do Conde (1873), Póvoa do Varzim (1874) e Penafiel (1875). Na década de 50, do séc XX, as localidades abrangidas espalhavam-se por todo o distrito, facto decorrente da passagem de correspondentes do distrito de Aveiro para o do Porto, chegando a atingir cerca de 40 correspondentes. Em 1977, por questões de redefinição de funções do próprio banco, a rede de correspondentes é extinta. Os lucros iniciais da Filial, foram modestos; os tempos eram agitados e a guerra civil não era propícia ao incrementar das transações. Logo no final de 1846 registou-se um incidente, quando a Junta Provisória do Supremo Governo do Reino, instalada à revelia no Porto, por oposição ao Governo de Lisboa, violentamente se apoderou de 40 contos de Réis, em notas do Banco de Lisboa pertencentes a depósitos de particulares. Este incidente, só foi solucionado anos depois, com a reposição da quantia, pelo Governo. A Filial possuía autonomia financeira própria, até determinado montante para a concessão do crédito, podia comprar letras de câmbio, ao câmbio da praça do Porto, fornecer aos clientes cartas de crédito circulatórias s/correspondentes no estrangeiro realizando ela própria a sua liquidação e, regulava-se pela mesma taxa de juro adotada na Sede. Enviava anualmente à Sede, o “Relatório e Contas”, onde eram analisados e comparados os movimentos contabilísticos, bem assim os episódios relevantes do ano e, onde eram apresentadas sugestões que pudessem melhorar o serviço do Banco. Estava sujeita a ações de auditoria periódicas e/ou sempre que as circunstâncias o impusessem. A situação económica do país, ao longo do séc. XIX, foi bastante turbulenta, com duas crises significativas, que abalaram a economia em geral e os bancos em particular; Em 1876 e em 1891, a praça do Porto não escapou à instabilidade e, a Caixa Filial foi um auxiliar precioso como prestamista de última instância, no insuflar de capital à banca do norte e, no estabilizar de situações que se mostravam potencialmente ruinosas. A Filial teve um enorme significado na expansão do comércio e da indústria regionais, canalizou os capitais oriundos da emigração, primeiro do Brasil e EUA e, mais tardiamente da Europa, incrementou as relações comerciais e vinícolas com Londres e praças brasileiras, em épocas de crise, apoiou a cultura do tabaco na região do Douro, em alternativa à da vinha, afetada seriamente pelo surto da filoxera, no último quartel do séc. XIX.Ao longo do séc. XX, deu apoio ao desenvolvimento tecnológico de diversas indústrias do Norte, especialmente a têxtil, a mineira, de calçado e a metalúrgica. Atualmente, a Filial desempenha, entre outras, funções associadas aos serviços de tesouraria (depósitos e levantamentos de notas e moedas pelas instituições de crédito, troca de numerário ao público, certificação de quantidade, qualidade e genuinidade de notas depositadas), apoio geral e informações ao público, apoio técnica e administrativamente ao Fundo de Garantia do Crédito Agrícola Mútuo, análise e coordenação da informação do Núcleo da Análise de Balanços da própria Filial e, gestão e controle da qualidade das estatísticas da Balança de Pagamentos da Caixa Filial. EDIFÍCIO A Caixa Filial ficou situada desde a sua fundação, em dependências alugadas do antigo convento dominicano de S. Domingos. Em 1865, o terreno do extinto convento é dividido em lotes e posto à venda pelo Estado. O Banco comprou o lote ocupado pelo edifício e, iniciou profundas obras de remodelação. No entanto, impunha-se com urgência, um edifício condigno e adaptado às funções da Caixa Filial, no centro da cidade. Assim, em 1917, o Banco comprou um terreno à Câmara do Porto na Rua do Almada e Praça da Liberdade, aproveitando a oportunidade surgida pela abertura da Av. dos Aliados e, disposto a aí construir um edifício de raiz, com as características exigidas pela nova via de comunicação. Em 1918, adquiriu ainda novo imóvel e terreno, na Viela da Polé. Em 1918, o anteprojeto do edifício é entregue aos arquitetos Ventura Terra e José Teixeira Lopes. A arquitetura do edifício tinha em conta a harmonia entre os serviços comerciais, o serviço do Tesouro, o público e os empregados. Deu-se especial atenção aos materiais empregues (granito e mármore), às modernas técnicas de ventilação, iluminação e aquecimento. Com a morte dos dois arquitetos o projeto definitivo viria a ser elaborado pelo Eng.º José Abecassis e apresentado em 1922. A estrutura do frontão e as duas estátuas laterais em bronze, são da autoria do escultor Sousa Caldas. Na construção do edifício surgiram problemas, relacionados com característica dos terrenos de natureza alagadiça, o que prolongou os trabalhos até 23 Abril de 1934, data da inauguração do novo edifício. A Caixa Filial mantém-se em atividade neste local, tendo as antigas dependências do convento de S. Domingos sido vendidas, em 1935, à Companhia de Seguros Douro.

Sistema de organização

Cronológico, alfabético e numérico

Idioma e escrita

Português, inglês e francês

Existência e localização de cópias

Parcial

Número microfilmagem

A documentação microfilmada compreende a série nº 001 (microf. 01 a 34 - cd's 341 - 353) e a série nº 002, apenas a documentação avulsa (BP-Porto 2-1 a 2-7) - (microf. 47 - 50 - CD 367)

Unidades de descrição relacionadas

Fundo da Caixa Filial do Banco de Lisboa no Porto PT/BP/BL-PORTO; PT/BP/BP-CG - Contabilidade Geral; PT/BP/BP-DEL - Delegações; PT/BP/BP-EE - Estatísticas e Estudos; BP-Obras;Para ver as fotografias da Agência consulte: PT/BP/COLFOT/PORTO;Para ver as Peças Desenhadas da Agência consulte: PT/BP/OB/PD/PORTO