Banco Raposo de Magalhães
Nível de descrição
Subfundo
Código de referência
PT/BP/IGCS-BRM
Título
Banco Raposo de Magalhães
Datas de produção
1925-04-16
a
1964-08-28
Dimensão e suporte
1 Caixa ; Papel
História administrativa/biográfica/familiar
As origens do Banco Raposo de Magalhães remontam à firma A. Couto e Silva, de Alcobaça. Desconhecemos a origem desta casa bancária. Contudo, em 1925, A. Couto e Silva requere junto da tutela o registo da instituição no exercício da atividade bancária, atividade esta, que exercia “há muito tempo”, sendo já uma prestigiada instituição local com 80 contos de capital social. Para além das atividades de recebimento de depósitos, de desconto de letras e de emissão de cheques, a firma era ainda correspondente local de outras instituições de crédito. Em 10 de maio de 1929, José Emílio Raposo de Magalhães, um importante proprietário local, toma de trespasse o estabelecimento que girava sob a firma A. Couto e Silva fundando a casa bancária Raposo de Magalhães, com o capital social de 200 contos, estabelecendo a sua sede em Alcobaça, nas antigas instalações da firma A. Couto e Silva.José Raposo de Magalhães, grande capitalista, rapidamente procedeu ao alargamento do negócio. Em dezembro de 1934 tomou de traspasse a casa bancária Carlos Saudade e Silva, das Caldas da Rainha. O desempenho da casa Raposo de Magalhães foi notória e as participações sociais que o banqueiro detinha na J. Eduardo Raposo de Magalhães, Limitada, na Alimentícia, Limitada e na Sociedade Portuguesa de Vidros e Cristais, Limitada, auxiliaram com os capitais necessários à expansão do negócio bancário. Em 1937, toma o ativo e passivo da casa Brites & Esteves, Limitada, de Leiria e da casa bancária José Joaquim Machado & Companhia, de Torres Vedras. Em 1940, absorve a casa bancária M. A. Martins Pereira, das Caldas da Rainha. A solidez económica da firma Raposo de Magalhães era notória e a firma apresentava enorme prestígio na região. Face ao desenvolvimento obtido, em março de 1942, José Emílio Raposo de Magalhães endereça à tutela um pedido para transformação da casa bancária em banco. A transformação solicitada foi concedida em 27 de julho de 1942 (Diário do governo, II série, do mesmo dia).Com a sede instalada em Alcobaça e filiais em Bombarral, Caldas da Rainha, Leiria e Marinha Grande, o Banco Raposo de Magalhães foi juridicamente constituído como sociedade anónima de responsabilidade limitada, com o capital social de 5.000 contos, distribuído por ações de 500 escudos. A escritura foi celebrada a 01 de agosto de 1942 no notário António da Silva Figueiredo. Para fortalecer a nova sociedade, fizeram parte do grupo fundador do banco José Emílio Raposo de Magalhães, João Emílio Raposo de Magalhães, Eduardo Neves Raposo de Magalhães, António Neves Raposo de Magalhães, José Neves Raposo de Magalhães, João Neves Raposo de Magalhães, Júlio Lopes, Armando da Silva Francês, António de Sousa Magalhães, António de Sousa Neves e João José Ferro.No dia 03 de agosto de 1942 o banco abria as portas ao público. A II Grande Guerra e, a paralisação dos negócios em imobilizações que tardavam retorno, trouxeram dificuldades à instituição. O auxílio prestado pelo Banco Nacional Ultramarino, através das operações de redesconto, foi importantíssimo para a manutenção da atividade da instituição. A alteração dos estatutos realizada em 1955 permitiu adaptar a instituição às novas exigências e à diversificação das operações realizadas, alargando o seu âmbito às operações de câmbios. Em 1955 a alteração do pacto social e a preparação da expansão da instituição impôs a necessidade de aumentar o capital social do Banco para 20.000 contos. Em 1960, o capital social é elevado para 40.000 contos e é inaugurada a agência de Vila Nova de Ourém. Em 1964, foi a vez da abertura de uma agência em Rio Maior. Contudo, a década de ouro do setor financeiro português trouxe consigo a tendência de concentração de capitais e a absorção das instituições mais frágeis por outras mais sólidas, que assim, de forma rápida, expandiam a rede de agências. Em 1964,o Banco Raposo de Magalhães inicia conversações com vista à sua integração no Banco Português do Atlântico, que desta forma alargava a sua ação a uma importante região económica do País: o Oeste. Em novembro de 1965, o Banco Raposo de Magalhães, uma estrutura nitidamente familiar, terminava a sua existência.
Sistema de organização
Cronológico
Existência e localização de cópias
Nenhuma
Unidades de descrição relacionadas
Para informações complementares, ver também IGCS/BE - Brites & Esteves, Limitada, IGCS/CSS - Carlos Saudade e Silva, IGCS/JJM - José Joaquim Machado & Companhia e IGCS/MAMP - M. A. Martins Pereira. Para informações posteriores, ver BP/SB/BPA - Banco Português do Atlântico.