Empresa Agrícola e Industrial de Moçâmedes
Nível de descrição
Fundo
Código de referência
PT/BP/EAIM
Título
Empresa Agrícola e Industrial de Moçâmedes
Datas de produção
1924-02-02
a
1925-11-30
Dimensão e suporte
17 Livros e 3 Caixas ; 51 Centímetros ; Papel
Entidade detentora
Banco de Portugal
História administrativa/biográfica/familiar
Por escritura pública de 02 de Fevereiro de 1924, no cartório do Bacharel Avelino de Faria, em Lisboa, era constituída a Empresa Agrícola e Industrial de Moçâmedes (EAIM), uma sociedade anónima de responsabilidade limitada, com o capital social de 2.000 contos, distribuído por 20.000 ações de valor nominal de 100$00, que tinha por missão a exploração de propriedades agrícolas e industriais, podendo assumir outros ramos de negócio, à exceção do ramo bancário. Da sua estrutura acionista faziam parte a firma Alves Reis, Lda., que detinha o capital maioritário, com 15.000 ações, Artur Virgílio Alves Reis, com 3.300 ações, estando as restantes ações distribuídas por António Silva Roquette, Francisco Ahrens Novais, António Pedroso, Domingos da Cruz, Raul Viana Costa, Teotónio Manuel Xavier, Sebastião Mesquita, Alberto Azevedo Gomes e Augusto Teixeira Alves da Veiga. A empresa tinha a sede social instalada em Moçâmedes (Angola) e delegação em Lisboa, na Rua de São Nicolau, nº 13, 2º Andar, onde esteve também instalada a delegação de Lisboa da firma Alves Reis, Lda., da Empresa Mineira do Sul de Angola (EMSA) e, mais tardiamente, a sede provisória do Banco de Angola e Metrópole. A Empresa Agrícola foi mais uma das várias empresas mantidas e geridas por Alves Reis e os seus cúmplices. A Empresa Agrícola e Industrial de Moçâmedes era acionista do Banco de Angola e Metrópole (BAM) e este, por sua vez, detinha também capital social da empresa. A firma Alves Reis, Lda., como sócia maioritária, controlava a gestão da empresa através de um homem da sua confiança: Francisco Ahrens Novais, gerente em Moçâmedes da firma Alves Reis, Lda., e que, em finais de 1925, foi promovido a gerente da filial de Luanda do Banco de Angola e Metrópole.Inicialmente, a correspondência do BAM em Moçâmedes foi assegurada pela EAIM e por António Silva Roquette, também ele homem da confiança de Alves Reis que, com a saída de Francisco Novais para Luanda, ficou na gerência da Empresa Agrícola e Industrial de Moçâmedes, ao mesmo tempo que acumulava a administração da Empresa Mineira do Sul de Angola (EMSA). Desta relação, confunde-se, por vezes, os interesses de cada uma das empresas com os interesses do próprio Banco de Angola e Metrópole na região. Com o estalar do processo "Angola e Metrópole" a EAIM, a EMSA, os seus administradores e o Banco de Angola e Metrópole, foram envolvidos no processo do escândalo, tendo as empresas entrado em liquidação.
História custodial e arquivística
Documentação proveniente do denominado "Processo Angola e Metrópole", que envolveu o Banco de Angola e Metrópole, o burlão Artur Virgílio Alves Reis e os seus cúmplices. Por força dos processos cível e crime movidos contra os vários intervenientes, e a consequente liquidação do Banco de Angola e Metrópole, a documentação do banco e das diversas empresas detidas e geridas por Alves Reis foi arrolada como matéria de prova. Pela extinção da Comissão Liquidatária, e a promulgação do Decreto nº 20201, de 12 de Agosto de 1931, todas as operações e demais situações pendentes de liquidação foram transferidas para o Banco de Portugal, passando a documentação do Banco de Angola e Metrópole, das empresas satélites deste e a documentação produzida pela Comissão Liquidatária a integrar o espólio documental do Banco de Portugal.
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Incorporação
Sistema de organização
Cronológico, numérico e alfabético
Idioma e escrita
Português
Existência e localização de cópias
Nenhuma