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Agência do Banco de Portugal no Funchal

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Agência do Banco de Portugal no Funchal

Detalhes do registo

Nível de descrição

Fundo   Fundo

Código de referência

PT/BP/BP-FUNCHAL

Título

Agência do Banco de Portugal no Funchal

Datas de produção

1875-03-10     

Dimensão e suporte

Livros e Caixas; Centímetros ; Papel

Entidade detentora

Banco de Portugal

História administrativa/biográfica/familiar

A partir de 1875, o Banco de Portugal, tendo como objectivo o alargamento da circulação das suas notas, procedeu à criação das primeiras agências. A primeira destas foi a do Funchal a 10 de março, seguindo-se a de Faro e no ano seguinte a de Ponta Delgada. A sua génese e organização foram distintas, pois a gestão foi entregue a uma firma da zona - J. J. Rodrigues Leitão, uma das mais conceituadas da ilha e pertencente a um antigo correspondente, João José Rodrigues Leitão, convidado pela direção do Banco a aceitar o cargo de agente do Banco de Portugal no Funchal, sendo formada uma firma para este efeito.Tal como outras agências criadas na mesma altura, os agentes garantiam, com a sua fortuna, o pagamento de letras que viessem a descontar, ganhando uma comissão sobre as operações, assegurando ainda as despesas de expediente e de pessoal. Os sinais de prosperidade imediatos e o aumento do capital levaram a Direção do Banco a encarar a possibilidade da sua transformação em Caixa Filial. Porém, em 1878, a crise geral do país agravada pelas dificuldades que a firma atravessava, levaram a que o Banco passasse a controlar diretamente a Agência a partir de 16 de julho desse ano. Foi a época da Agência Provisória do Funchal em que dois agentes nomeados pela Direção, os srs. Silvano de Freitas Branco e Joaquim Augusto Leite Ribeiro foram encarregues de organizar a agência definitiva. Este acontecimento teve lugar a 31 de outubro de 1890, na sequência da assinatura da Carta de Lei de 1887 que estabelecia o Banco de Portugal como banqueiro do Estado e Caixa Geral do Tesouro. Na presença do Governador Civil e do director da Repartição da Fazenda, foram nomeados os novos Agentes, Joaquim Augusto Leite Ribeiro que assegurou a agência no período provisório e Raymundo Sieuve de Meneses. Fez-se a contagem dos valores em cofre, somando a importância de 164.228.625 réis. Foram nomeados guarda-livros, o sr. Abraham Athais, tesoureiro o sr. João José d'Areas, como 1º e 2º. caixeiros, respetivamente, João Onofre da Gama e João Bettencourt da Câmara e ainda Manuel José de Olim como ajudante de tesoureiro.As operações principais eram o desconto de letras, o empréstimo sobre penhores, as transferências de fundos, os depósitos gratuitos à ordem, as operações de câmbio, sendo estas significativas, dado a volume de exportações para o estrangeiro. As principais exportações eram os bordados e o vinho, havendo ainda exportações para o continente, de laticínios e fruta. Na ilha era ainda importante a produção de cana sacarina, álcool e vimes. Estas indústrias revitalizavam o comércio local que contava com o turismo, como poderoso catalisador.Em 1979 com a criação da Região Autónoma da Madeira, a Agência passa a designar-se Delegação Regional da Madeira, vendo acrescidas as suas competências, assegurando a ligação do Banco de Portugal e Ministro da República ao Governo Regional além de desempenhar junto da secretaria Regional do Plano e Finanças, as funções próprias do Banco central, como orientador e controlador da política monetária e financeira.EDIFÍCIOA Agência ficou instalada no escritório da firma, na Rua do Carmo, nº. 35, na freguesia da Sé. Quando esta passou para administração direta do Banco, os serviços foram instalados num rés-do-chão arrendado da Rua João Gago, na mesma freguesia. Em 1910 tendo já em vista a construção de um edifício de raiz, o Banco adquiriu dois prédios contíguos à Western Telegraph Company, Ltd, situados na Praça da Constituição (actual Av. Arriaga) e Rua do Dr. Vieira (atual Rua da Carreira). O primeiro projecto foi assinado por Adães Bermudes, em 1910 e aprovado pela Administração em 24 de março de 1911 mas não foi levado avante. Só em 1937 se iniciaria a construção do edifício, sob a direcção do arquitecto Edmundo Tavares. Esta demora deveu-se à questão das vias circundantes. Desde 1923 que a Câmara do Funchal planeava a abertura duma artéria entre a Av. Arriaga e a Rua da Carreira – a atual Avenida Gonçalves Zarco. Assim o novo edifício a ser construído, ficaria na confluência destas importantes vias o que era de toda a conveniência para o Banco. No entanto, a decisão camarária tardou, face a diferenças sobre a pertinência ou não da obra. Finalmente, em 1936, começavam as obras de abertura da nova via. O projecto do atual edifício do arquitecto Edmundo Tavares que assinara várias obras no Funchal contemplava um prédio de dois pisos e cave com casa de guarda em anexo, funcionando a agência no piso térreo e, estando o primeiro piso, reservado à residência dos agentes. O arquitecto justificava o estilo escolhido pelo “fim grave, forte e comercial do edifício”, optando por uma linha nacionalista e monumentalista. Este edifício situar-se-ia no gaveto das duas grandes vias, desenvolvendo-se, simetricamente, a partir deste corpo central. O material escolhido para a cantaria foi o basalto, endémico na região. Entretanto o Banco adquiria, por permuta com a Administração Geral dos Correios e Telégrafos, um prédio e um beco que formariam doravante, com os restantes, um quadrilátero, resolvendo assim o problema dos alinhamentos até aí diferenciados e que importava harmonizarem com o futuro edifício, cedendo no mesmo ato, parte de um dos prédios adquiridos. Também se assegurava com o acordo, a título gratuito, parte de um prédio na Rua João Gago e Travessa do Cabido pertencente ao Banco da Madeira onde os serviços da agência funcionariam provisoriamente, até à conclusão das obras. A 28 de novembro de 1938 a obra foi adjudicada com a previsão da sua conclusão para 1940. A 30 de novembro desse ano o edifício foi dado como terminado. Este conheceu algumas obras de beneficiação com alteração da disposição interna para melhor funcionalidade dos serviços, em 1966 e em 1970.

Existência e localização de cópias

Nenhuma

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