Banco de Angola e Metrópole
Nível de descrição
Fundo
Código de referência
PT/BP/BAM
Título
Banco de Angola e Metrópole
Datas de produção
1921-09-15
a
1925-12-12
Dimensão e suporte
113 Livros e 19 Caixas ; 431 Centímetros ; Papel
Entidade detentora
Banco de Portugal
História administrativa/biográfica/familiar
O Banco de Angola e Metrópole foi constituído como sociedade anónima de responsabilidade limitada que tinha por objeto social o financiamento de obras de fomento a empresas comerciais e industriais na metrópole e no ultramar, com especial incidência na província de Angola. Pela escritura lavrada a 3 de Julho de 1925, nas notas de Avelino de Faria, em Lisboa, e conforme requerimento e proposta de estatutos apresentados em 22 de abril de 1925 ao Conselho Bancário, a Inspeção do Comércio Bancário autoriza a criação do banco. A 17 de julho desse mesmo ano, com um capital social de 20.000 contos totalmente realizado, o banco inicia funções.A sede social do Banco de Angola e Metrópole encontrava-se localizada em Lisboa, no quarteirão da Rua do Crucifixo com a Rua dos Retroseiros (atual Rua da Conceição), possuindo ainda uma filial na Praça da Liberdade, no Porto. Momentos antes da entrada em liquidação, o banco chegou ainda a ter uma filial em Luanda e uma delegação em Moçâmedes, que serviam para cuidar dos negócios na província ultramarina de Angola. A origem da instituição está associada a Artur Virgílio Alves Reis, figura proeminente do princípio do século XX português e relacionada com inúmeros casos de burlas e crimes de falsificação. Devido às fortes suspeitas surgidas na imprensa da época sobre eventuais atividades irregulares cometidas pelos administradores do banco, surgem investigações policiais que vão concluir que o capital do banco era composto pela movimentação de milhares de contos, em notas falsas. Na sequência da acusação por parte do Banco de Portugal, de que as notas de 500 escudos, chapa 2 (efígie Vasco da Gama) em circulação, eram falsas, é determinada a sua retirada de circulação. Este litígio originou um demorado e complexo processo judicial que ficou conhecido por "Processo Angola e Metrópole".Da estrutura acionista do banco fazia parte Alves Reis e alguns dos seus cúmplices, bem como empresas detidas e geridas por este. Adolfo Hennies e José Bandeira eram os sócios maioritários, com 80.000 ações, cada um. Da estrutura societária fizeram também parte Adriano Augusto da Costa e Silva, a firma Alves Reis, Lda., a Empresa Mineira do Sul de Angola, a Empresa Agrícola e Industrial de Moçâmedes, Alberto de Azevedo Gomes, Alexandre Alberto de Sousa Pinto, António e Francisco Ahrens Novais, António Maria da Cunha Marques da Costa, Carlos Cândido Pereira, Diogo Pacheco de Amorim, Francisco Augusto Ferreira Júnior, Francisco Augusto Trindade Batista, João Manuel de Carvalho, Joaquim da Costa Novais, Joaquim Ferreira de Azevedo, Joaquim Pinto de Lima, Júlio de Miranda, Justino de Moura Coutinho, Manuel da Silva Roquette, Pedro da Cunha Santos, Pedro Paulo de Mello e Vitorio Chagas Roquette.A Portaria de 05 de dezembro de 1925 manda cessar a autorização para o funcionamento do banco, interditando os seus corpos gerentes de efetuar a liquidação de operações em curso sem a intervenção do Inspetor do Comércio Bancário. Apesar de a Direção do banco estar impedida de exercer funções, existiam ainda operações em curso a liquidar com clientes. A Portaria de 10 de dezembro de 1925 nomeia Comissário do Governo João Baptista Araújo e, pelo Decreto nº 11363, de 16 de dezembro de 1925, é determinada a liquidação do Banco, num processo que se prolongará a 1932.
História custodial e arquivística
Documentação proveniente do denominado "Processo Angola e Metrópole", que envolveu o Banco de Angola e Metrópole, o burlão Artur Virgílio Alves Reis e os seus cúmplices. Por força dos processos cível e crime movidos contra os vários intervenientes, e a consequente liquidação do Banco de Angola e Metrópole, a documentação do banco e das diversas empresas detidas e geridas por Alves Reis foi arrolada como matéria de prova. Pela extinção da Comissão Liquidatária, e a promulgação do Decreto nº 20201, de 12 de Agosto de 1931, todas as operações e demais situações pendentes de liquidação foram transferidas para o Banco de Portugal, passando a documentação do Banco de Angola e Metrópole, das empresas satélites deste e a documentação produzida pela Comissão Liquidatária a integrar o espólio documental do Banco de Portugal.
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Incorporação
Sistema de organização
Cronológico, numérico e alfabético
Idioma e escrita
Português, inglês, francês, espanhol e alemão
Características físicas e requisitos técnicos
Contém documentação em mau estado de conservação ou incompleta.
Existência e localização de cópias
Nenhuma
Notas
Contém documentação anterior à data de fundação do Banco, como documentação de suporte ou justificativa à atividade desenvolvida pelo Banco.